quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Homem Nu


Sexta, 29 de Janeiro de 1993

     Diário, não fiz nada demais essa semana, só fiquei em casa me alongando e lendo muito. Ontem terminei o livro, ele acaba de um jeito triste, mas também com uma mensagem de coragem, liberdade e esperança muito forte. Simplesmente maravilhoso!
   Ontem nós queríamos ir patinar, mas estava todo mundo sem dinheiro... e hoje fui com as meninas na Renata ver Tomates Verdes Fritos, as meninas ainda não tinham assistido e foi a maior choradeira, eu já tinha visto, mas chorei de novo, este é definitivamente um dos meus filmes favoritos! Nós estávamos indo embora, quando o irmão da Renata chegou e na hora eu fiquei vermelha. Não consigo falar com ele sem ficar muito sem graça (ele até comentou com a Renata que sou a amiga mais tímida dela), mas o que ele não sabe e não pode saber nunca é o que a gente fez o ano passado.
      O Rogério tem vinte anos e é muito, muito gato, ele é alto, tem um corpo bonito, uma carinha linda e a gente sempre babou por ele, aí em Novembro nós estávamos no quarto da Renata ouvindo música, quando ele chegou da faculdade e veio falar com a gente. Assim que ele saiu, ouvimos o barulho do chuveiro e a Renata perguntou se já tínhamos visto um homem nu, ela contou que já espionou o irmão tomando banho várias vezes e nos não resistimos e fomos espiar também.
     O banheiro do Rogério tem uma janela alta e estreita e nos subimos em escadinha de metal, com quatro degraus, primeiro foi a Bel, depois eu e por último a Sisa. Eu achei bonito o corpo dele, molhado, forte e bem branquinho. A palavra certa nem é bonito e sim fascinante, não conseguia parar de olhar as costas largas, a bunda, as pernas, mas achei estranho aquela coisa mole, balançando, olhar pro pênis dele me dava tanta vergonha que nem fiquei muito tempo, mas o pior foi a Sisa, assim que subiu, a tonta deu uma desequilibrada que eu fechei os olhos e comecei a rezar, ainda bem que ela se equilibrou, desceu rapidinho e ninguém viu nada. Se a Sisa tivesse caído e ele pegasse a gente eu nunca mais voltava na Renata, ou melhor: eu nunca mais saia de casa.
   Depois disso nos voltamos pro quarto da Renata e ficamos falando baixinho e rindo muito, a Sisa estava vermelha igual um pimentão e na hora de ir embora ninguém teve coragem de olhar direito pro menino. Mas tem outra coisa que eu só posso confessar pra você, depois desse dia eu passei semanas pensando no Rogério, imaginando como seria tocar aquela pele nua e perfeitamente branca... tive até um sonho que DEFINITIVAMENTE eu não vou comentar e que só de lembrar já me deixa morrendo de vergonha. Por isso é melhor que ele pense que eu sou ainda mais tímida do que eu sou de verdade.

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